sexta-feira, 30 de julho de 2010

Cinema como um reflexo da economia

Comparando a grande quantidade de filmes produzidos nos Estados Unidos e a quantidade produzida no Brasil chegamos a uma conclusão: o poder economico do país norte americano reflete-se na produção cinematográfica.
Anualmente, 250 filmes americanos chegam aos cinemas do Brasil, contra apenas 50 produções brasileiras. Com pouco mais de duas mil salas no país, as produções nacionais disputam espaço com as americanas (a exemplo de Avatar) que podem “ocupar” 600, 700 salas para um único filme. O restante é disputado entre outras produções internacionais e os filmes brasileiros, que geralmente ficam sem espaço.
Os produtores brasileiros precisam correr atrás de leis de incentivo e festivais para conseguirem recursos para a produção e divulgação dos filmes.
Já as distribuidoras de filmes norte-americanos no Brasil investem muito dinheiro em publicidade e na aparelhagem de som dos cinemas, passam a vender seus filmes no sistema de "lote".

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Entre tapas e beijos...

... a Reticências vai caminhando para uma melhora significativa nas produções audiovisuais. Em primeiro lugar, devemos relembrar que temos um Diretor muito engajado na causa cinematográfica, e que busca uma melhora gradativa em seus roteiros e produções.
Durante todo o processo, tanto criativo, quanto a própria produção em si, tivemos a oportunidade de observar que cada membro da produtora segue uma linha de interesse, e por conta disso, desempenha, ou não, um papel importante no grupo.
Começando que somos dez, e nada fácil lidar com dez pessoas com ideais e perspectivas diferentes. Em todos os aspectos. Horários, gostos, opiniões que muitas vezes são divergentes e acabam transparecendo no trabalho da Reticências como um todo.
Visando resolver esses detalhes, mudamos a formação da equipe logo após a produção do remake do filme “Se Beber Não Case”. Durante a gravação do remake, muitos membros da equipe estiveram presentes, o que acabou atrasando um pouco o processo, visto que, quanto mais gente, mais bagunça. Não é regra, mas é assim que funciona.
Estamos satisfeitos com o resultado da segunda produção da Reticências, podemos observar que a liberdade de roteiro, o caráter mais documental favoreceu bastante a filmagem, e também a quantidade de pessoas que ficaram responsáveis pela filmagem e produção foi reduzida, o que gerou melhor resultado. O processo de edição também foi facilitado, favorecendo sempre o material da equipe.
Continuamos acreditando que a tendência e o espírito da produtora é sempre apresentar um resultado melhor, o que teremos pela frente será a prova efetiva da nossa capacidade de evolução e organização.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Aleksandr Pietrovitch Dovjenko

Juntamente com de Eisenstein e Pudovkin, a obra de Aleksandr Pietrovitch Dovjenko, nascido em 11 de setembro de 1894 na Ucrânia, foi uma das mais importantes para a vanguarda do cinema soviético. Seu primeiro filme como diretor foi “Iagodki liubvi” (1926; Os frutos do amor) logo após ter retornado à União Soviética, no entanto sua obra de maior destaque veio dois anos depois. O filme “Zvenigora” contava a história do povo ucraniano até a revolução bolchevista. Além disso, outros filmes que ajudaram a firmar seu nome no cenário internacional foram Arsenal (1928), Zemlia (1930), Ivan (1932), Aerograd (1935) e Shchors (1939). Todos eles eram ramificações do tema ucraniano apresentado em “Zvenigora”, retratando desde a revolta operária em Kiev (Arsenal) até um dos episódios da luta socialista em “Shchors”, o qual lhe rendeu um prêmio Stalin. Dovjenko ainda dirigiu três documentários, ganhou mais um prêmio Stalin em 1949 e morreu em 26 de novembro de 1956, período no qual filmava “Poema o more” (Poema Pedagógico) e que teve de ser finalizado por sua mulher, Júlia Sontseva.

Filmografia

1926: Yagodka lyubvi (O pequeno fruto do amor)

1926: Vasya reformator

1927: Sumka dipkuryera (A mala do correio diplomático)

1928: Arsenal (Arsenal)

1928: Zvenigora

1930: Zemlya (A Terra)

1932: Ivan

1935: Aerograd

1939: Bukovina, zemlya Ukrainskaya

1939: Shchors

1940: Osvobozhdeniye.....(Libertação)

1943: Bitva za nashu Sovetskuyu Ukrainu (A luta pela nossa Ucrânia soviética)

1945: Yerkir hayreni

1945: Pobeda na Pravoberezhnoi Ukraine i izgnaniye nemetsikh zakhvatchikov za predeli Ukrainskikh sovietskikh zemel

1948: Michurin

1949: Proshchay, Amerika






terça-feira, 15 de junho de 2010

EISENSTEIN

Serguei Mikhailovitch Eisenstein

Foi jornalista e designer até então ter seu primeiro contato com o cinema. Defensor da liberdade de expressão, se tornou após muito tempo, um dos maiores cineastas soviéticos. Julgado o criador da montagem dialética ou intelectual, participou de filmes como “Estupidez Suficiente em cada Homem Sábio”, “Máscaras de Gás” e “Ouça Moscou”.
Fez também “O Encouraçado Potemkin”, considerada uma das obras mais importantes do cinema. Devido a ela, foi convidado para ir a Hollywood mas não se deu bem. Decidiu assim se dedicar a um filme mais amador sobre um país, o filme “Que viva México” o qual as filmagens acabaram sendo interrompidas mais tarde por problemas financeiros. Anos após, quando todos já haviam esquecido dele, foi convidado para fazer “Alexandre Nevski”, construindo assim, uma obra acima da ideologia. Em alta na mídia, começou uma sequência do filme “Ivã, o terrível”, que seria dividido em três partes, mas as gravações foram interrompidas pela segunda guerra mundial. Em 1948, morreu do coração.

domingo, 30 de maio de 2010

Vertov

Denis Arkadievitch Kaufman, nascido em 1986 foi um jornalista, cineasta e documentarista, que mais tarde se tornaria o grande nome do cinema russo Dziga Vertov. Ainda jovem Denis, que se considerava futurista, mudou seu nome para Dziga (palavra ucraniana que significa roda que gira sem cessar) Vertov (do russo vertet que significa rodar, girar). Em 1918 Vertov tornou-se o produtor do primeiro cine-jornal do Estado Soviético. Em 1923 cria com sua mulher e seu irmão o “Clube dos Três”. Eles denominavam-se Kinoks. Kino é uma palavra de origem russa que significa cine, e oko significa olho. Assim desenvolveram a teoria do “Kino Pravda”, o “cinema de verdade” que foi referência para muitas outras que surgiram depois. Juntos desenvolveram 23 produções cinematográficas. Em 1923 desenvolvem seu primeiro manifesto teórico “A Revolução dos Kinoks”. Todos seus trabalhos desenvolvidos, tanto práticos como teóricos, trabalhavam a relação entre olho, câmera, realidade e montagem. Vertov desenvolveu inúmeros experimentos a partir desses quatro elementos.
Seus filmes capturavam o cotidiano das cidades russas, principalmente de Moscou, se preocupando com a realidade sem nenhum tipo de direção documental.
Seu principal filme foi “O homem com uma câmera”. Vertov possui uma preocupação especial com a montagem que atribuía estética e sentido aos seus filmes repletos de significados e intenções poéticas. Suas produções partiam da simples idéia de coletar fragmentos do dia a dia das cidades como ruas, becos, rostos e fábricas da União Soviética. Seus filmes não tinham a necessidade de uma trama, mas sim a idéia de um cinema puro, porém com uma narrativa de ação bem amarrada trabalhando as imagens que se somam em um ritmo alucinante.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Experimentalismo soviético

A montagem foi um acontecimento revolucionário na história do cinema. A falta de películas nas faculdades de Moscou levou os alunos a juntarem vários pedaços de filmes famosos, criando uma nova obra e descobrindo então a montagem. Com a Revolução Russa sendo uma grande influenciadora nessa época, o cinema soviético tem uma característica ideológica, sem perder o impacto visual.

Um de seus mestres é o famoso e importante cineasta soviético Sergei Eisenstein, cujo primeiro filme foi “O Diário de Glumov” em 1923, junto com Dziga Vertov. Eisenstein formalizou os métodos de montagem estabelecidos pelo americano D. W. Griffith, o qual havia percebido que poderia alterar as várias dimensões do plano com a câmera, afastando, aproximando e cortando os atores, obtendo, assim, diferentes tensões dramáticas. Com isso Eisenstein estabeleceu a composição de contraponto ou dialética. “Não existe um cineasta no mundo que não lhe deva alguma coisa. O melhor do cinema soviético saiu de Intolerância. Quanto a mim, lhe devo tudo” afirmou sobre D.W. Griffith.

Aos 27 anos, Sergei Eisenstein lançou uma de suas obras mais famosas, “O Encouraçado Potemkin”, e que é considerada, juntamente com “Cidadão Kane” de Orson Welles, uma das mais importantes na história do cinema.



domingo, 2 de maio de 2010

A ARTE INVISÍVEL

Na era do 3D e do Blu Ray, na qual os espectadores são educados desde muito cedo com a linguagem audiovisual e a assimilam e dominam bem, é difícil pensar que há cerca de 120 anos, quando o cinema dava seus primeiros passos, os filmes eram feitos com câmeras estáticas, em preto e branco, sem som e ainda por cima com o andamento de quadros levemente acelerado. É mais difícil ainda assimilar que estes filmes efetivamente impressionavam o público.
A linguagem audiovisual teve uma evolução incrível ao longo do século XX e o cinema passou a andar com as próprias pernas. Aos poucos os planos, a atuação dos atores e a própria narrativa foi se distanciando do teatro, compondo uma nova linguagem. E esta mudança é fortemente atribuída a uma arte exclusiva do cinema, a montagem.
Os primeiros filmes da história tinham a exata duração de um take, ou seja, não havia cortes ou sequências de tomadas. Os primeiros experimentos com edição foram observados pelos próprios operadores de câmera. Quando a máquina parava ou um take era interrompido e outro era iniciado em seguida, havia um corte. Alguns realizadores se aproveitaram disso para desenvolver o que hoje chamamos de edição.
O ilusionista francês George Meliés foi um dos primeiros cineastas a realizar experiências desta natureza. Quando percebeu as possibilidades do corte, passou a realizar experimentos visando criar uma ilusão, uma manipulação da realidade no que diz respeito a tempo e espaço.No entanto, a linguagem da edição só começou a ser efetivamente moldada a partir de meados de 1903, com o diretor americano Edwin S. Porter. Nomeado diretor dos estúdios da companhia de Thomas Edison, Porter foi o responsável não somente pela criação de diversas técnicas de transições mais suaves, mas também pelo uso de uma diversidade grande de planos e diferentes técnicas de cortes como o cross-cutting, que sugere duas ações simultâneas, intercalando cenas. Filmes como Life of an American Fireman e The Great Train Robbery são considerados até hoje os primeiros filmes que utilizaram a edição como forma de auxiliar o entendimento da narrativa.